quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Palestra Sempre


Como foi possível reparar, passaram-se uns bons dias sem um post sequer. É, é a falta de tempo mesmo, mas o importante é que voltamos, para falar justamente de um projeto de retorno às atividades de um clube tradicional, no caso, o Palestra de São Bernardo.

Conforme noticiado aqui, em um primeiro momento, a equipe ia disputar normalmente a Segunda Divisão Paulista, procurando apagar a má imagem do ano passado, quando foi um dos piores times da competição. Quando todos achavam que o clube ia brigar por algo relevante, foi anunciado de supetão que o Palestra não mandaria nenhuma equipe à campo esse ano. Não precisamos dizer que muita gente ficou triste, especialmente os torcedores do PSB, mas infelizmente, não é algo anormal um clube deixar as atividades profissionais na s divisões de acesso, especialmente quando estamos falando da última divisão do futebol paulista. Os motivos já são conhecidos daqueles que acompanham a realidade dessas equipes (falta de apoio da comunidade, recursos insuficientes, apoio insuficiente da FPF, etc.), mas pelo menos restavam as categorias de base. "Restavam", pois a diretoria do clube achou de bom tom sequer mandar a garotada pro Baetão.

Não ver sua equipe em campo é um castigo dos mais cruéis, se não o mais cruel, para seus torcedores. Pensando nisso, uma série de adeptos do Alviverde Batateiro resolveram se organizar, dando início ao movimento Palestra Sempre, que visa muito mais que um "simples" retorno do time ao profissionalismo. A iniciativa busca reunir torcedores, simpatizantes, pessoas que já foram ligadas ao clube (como atletas, profissionais e diretores) e moradores do Ferrazópolis, bairro em que o clube passou a maior parte de sua vida. Os objetivos do movimento vão desde a volta do Palestra aos gramados à abertura da sede social do clube para a população do bairro. A participação dos moradores do bairro na vida da instituição (colaborando em projetos clube, ou até mesmo usufruindo da estrutura da sede social) decaiu muito. Olhando o clube mais a fundo, vemos que houve retrocesso não só no futebol, mas em outras modalidades, em que o clube foi pioneiro, como o hóquei na grama, sem falar em modalidades como vôlei e futebol feminino, por exemplo. A realidade atual do futebol de acesso é muito dura e as dificuldades são imensas,  e analisando o atual momento, é fácil concluir que esse isolamento foi letal.

Vale lembrar que o Palestra surgiu no centro da cidade de São Bernardo, mas devido à brigas políticas, teve de sair de lá, e acabou indo para o Ferrazópolis por ser a única alternativa viável para que o clube continuasse vivendo, isso no final da década de 50. No começo houve uma rejeição ao "clube dos italianos", mas essa rejeição caiu por terra justamente quando o clube abriu suas portas para a população do bairro. Contar com apoio popular é a fórmula mais segura para um clube de menor porte se tornar (e se manter) forte.

Ser forte; é justamente esse o objetivo dos torcedores que se organizaram pelo Palestra. Ser forte resgatando a história e o legado que o Palestra construiu em 77 anos (completados no último dia 01), devolvendo à instituição o apelo popular que sempre a caracterizou. Os torcedores buscam fazer isso tudo, se possível, trabalhando em conjunto com a atual diretoria, pois apesar da insatisfação com o afastamento do time, é impossível não reconhecer as dificuldades de se manter uma equipe profissional, além das categorias de base, mas também é possível afirmar que um esforço maior, além de uma abertura para os torcedores dispostos a trabalhar pelo bem do clube, poderiam ser feitos.

Como já dissemos, a iniciativa ainda está em seu começo, e há muito para ser feito, mas torceremos para que os torcedores possam atingir seus objetivos. Acreditamos que um retorno do Palestra já para 2013 seria ótimo, mas cremos ser algo improvável, mesmo que a Segunda Divisão comece apenas na metade do 1º semestre, mas a volta às atividades das categorias de base e uma reabertura do espaço social do Palestra para a comunidade do Ferrazópolis são metas mais do que realistas.

Assim sendo, fica nossa torcida, e que os objetivos traçados por essa iniciativa possam ser alcançados, e a volta do Palestra não será uma vitória apenas de seus torcedores, mas também daqueles que acreditam em uma alternativa para o que vemos atualmente, que acreditam que um outro futebol é possível...

domingo, 9 de setembro de 2012

Segunda Divisão Paulista 2012 - Chegamos nos Finalmentes

Depois de muito, mas muito tempo, chega á última fase de grupos da Segunda Divisão Paulista, onde serão definidos os clubes que integrarão a A3 de 2013. Como era de se esperar, vemos surpresas por aqui, assim como equipes que justificaram as expectativas depositadas nelas. Por hora, faremos apenas breves comentários sobre os grupos, para só depois nos aprofundarmos mais na questão, então, sem mais delongas, vamos ao que interessa;


Grupo  18

Votuporanguense
Novorizontino
Fernandópolis
Olímpia

Definitivamente, esse é o Grupo da Morte. Todas as equipes aqui eram tidas como postulantes ao acesso antes do início da competição, sendo impossível falar de algum franco favorito. O Votuporanguense foi bem em toda a competição, assim como nas 2 edições anteriores, em que nessa mesma fase acabou tropeçando nas próprias pernas e foi eliminado. Logo, mais cuidados serão necessários, especialmente em um grupo que conta com o maior rival, o Fernandópolis.

Lembramos que no começo do ano, pontuamos que o Novorizontino iria primeiro aprender pra depois buscar algo. Qual? O Tigre chega na última fase, cotado como um dos favoritos não só ao acesso como ao título, contando principalmente sua força em casa, onde venceu todos os seus jogos até aqui. Como a equipe de Novo Horizonte faz jogos bons fora de casa, é possível dizer passará, e consequentemente, subirá. 

O Fefeçê reencontra o CAV, nos dando a oportunidade de ver um clássico local em uma fase decisiva, o que é certamente um grande espetáculo para os fãs do futebol do interior (e um exame para eventuais problemas cardíacos dos torcedores). Depois de uma 3ª fase no mínimo perigosa, em que a equipe passou com saldo negativo (7 gols marcados e 9 sofridos), a equipe quer afastar essa inconstância, para que derrotas como a de 3 x 1 em casa ante o Sumaré não se repitam.

Já o Olímpia chegou longe, mais por um imbróglio envolvendo o Tupã que por qualquer outra coisa. O OFC ficou em 3º, com um saldo de gol inferior ao do Tupã (3 x 2), mas como o rival foi punido com a perca de 4 pontos por escalar um jogador de maneira irregular, estamos vendo o Galo brigar pelo acesso. A  equipe foi longe, fato, mas chegou aqui por sorte, que pode não vir nessa etapa.


Grupo 19

Joseense
São Vicente
Sport Barueri
José Bonifácio

Aqui, podemos dizer seguramente que todos os times são surpresas, em maior ou menor grau. O Joseense fez uma boa campanha na 1ª fase, apresentando um dos melhores desempenhos de todos os tempos na competição. Entretanto, depois disso, a equipe decaiu um pouco. Imaginava-se que era uma oscilação, algo natural, dada a longa duração da competição, mas em momento algum a equipe voltou a mostrar um desempenho semelhante ao visto no início da competição. Isso não quer dizer que o time do Vale do Paraíba foi mal, longe disso, mas a equipe não vêm mostrando um "algo a mais", mas dado o grupo, talvez seja suficiente para galgar o acesso.

Uma das certezas do grupo é que o São Vicente surpreendeu. Como já dissemos, esperava-se que Portuguesa Santista e Jabaquara chegassem longe, mas não foi bem isso que se vê. Acreditamos que o time ficaria na 3ª fase, mas passou, e olhando para o grupo, acreditamos que esteja acima do Sport Barueri, e pelo menos em teoria, no mesmo nível que o Joseense. "Em teoria" por quê na última vez que as equipes se encontraram, na 2ª fase, o Joseense venceu o time do litoral em pleno Mansuetto Pierotti, segurando um 0 x 0 em São José dos Campos. Ainda assim, temos a sensação de que o São Vicente sobe.

Quem achamos que chego longe demais foi o Sport Barueri. Assim como na 3ª fase, o time passou com um saldo negativo, só assegurando a classificação, com uma vitória por 2 x 1 sobre o Votuporanguense na casa do rival, o que com certeza é um grande feito, mesmo considerando que o CAV já estava classificado. O time que se caracterizou por um grande ataque e uma defesa quase temerária se acabou, pelo menos em partes, pois se o ataque não mostra aquela volúpia de outros tempos (uns 4 meses) a defesa continua sem passar muita confiança. Além disso, o time não vêm apresentando um bom desempenho em casa; dos últimos 6 jogos na Arena Barueri (contando justamente 2ª e 3ª fase) a equipe conquistou 2 vitórias, 3 empates e 1 derrota. Vencer em casa na Segundona é fundamental, e nessa fase, é algo ainda mais sério.

Sobre o José Bonifácio, todos acreditavam que o time iria longe, mas nem tanto. Pouco antes do começo da competição, ao pesquisar dados sobre a equipe, não encontramos muita coisa, o que nos fez ficar desconfiados sobre o potencial da equipe. Mas com o decorrer da competição, o José Bonifácio foi passando de fase, sem muito brilho, é verdade, mas em momento algum a equipe foi muito ameaçada. Entretanto, vimos que a equipe possui problemas quando joga fora de casa, pois ainda que eventualmente traga pontos preciosos, não costuma vencer longe de seus domínios. Ainda assim, acreditamos que o clube esteja à frente de seus rivais.

domingo, 2 de setembro de 2012

A Escandinávia na Champions 2012-13


Com toda certeza, a UEFA Champions League é o torneio menos alternativo do mundo, por motivos óbvios. Porém, de uns anos pra cá, graças a uma política adotada pela UEFA, a competição está começando a fazer jus ao nome, passando a ter mais campeões. De fato, o nível técnico da competição caiu um pouco, pois se antes tínhamos o 4º colocado do campeonato inglês, hoje temos o campeão da eslovaco. Apesar dessa perca de nível, venhamos e convenhamos, é bem mais legal ver times campeões de torneios com uma realidade completamente distinta, além de se uma chance de presenciarmos partidas de centros menores. Indo nessa direção, cremos ser pouco provável que haja time mais alternativo nessa Liga dos Campeões que o Nordsjaelland, que é alternativo até mesmo em seu país, a Dinamarca.

Se pedirmos para qualquer o nome de algum clube dinamarquês, poucos saberão falar sequer o nome de 1. Talvez o Copenhague (Kobenhaven para os mais íntimos), e para os que acompanham o esporte na terra que serviu como cenário de Hamlet, certamente apontarão o Brondby, time que revelou os irmãos Laudrup.
Desde que o Campeonato Dinamarquês assumiu o nome de Superliga, em 91, vimos 6 campeões, sendo que o já citado Copenhague domina o futebol local, com 9 conquistas nesse período, além de várias participações na fase de grupos da Champions, que sempre traz uma bela grana. Pra ser mais exato, das 9 conquistas do time da capital, 8 ocorreram na década passada, com o clube montando bons plantéis com o dinheiro ganho justamente nas participações da competição continental. Bem, mas o assunto não é o FCC (ou FCK, dependendo do freguês), e sim o Nordsjaelland.

Pretendemos falar do time que vai disputar essa Champions, mas falar sobre a história do clube parece ser uma boa ideia. O Nordsjaelland é fruto de uma peculiaridade do futebol dinamarquês; falta de dinheiro = fusão. Muitos clubes passam por crises financeiras, e o meio mais praticado para continuar na ativa é promover fusões entre clubes, o que lembra bastante o futebol paranaense. O próprio Copenhague é fruto de uma fusão, que inclusive envolveu o clube mais antigo da Europa continental. No caso do time abordado hoje, a fusão ocorreu entre o Farum IK e o Stavnsholt BK, fusão esta encorajada pelo até então prefeito da bucólica Farum (localizada à 25km da capital Copenhague), Peter Brixtofte, e no principio, o time se chamava Farum BK. Sobre os dois clubes que deram origem ao atual, pouco se sabe. Chegamos a pesquisar fontes dinamarquesas, mas não encontramos nada. Em relação ao prefeito, bem, encontramos muito, até demais pra falar a verdade. Brixtofte governou a cidade de 85 à 2002, conciliando o cargo político com a presidência do clube, e atualmente está preso por corrupção, e o Farum foi um dos alvos do político. Em 2002, o político-cartola fez um acordo com uma série de empresas que atuavam na cidade; o poder público pagaria valores superfaturados por serviços básicos, e em troca, essas companhias patrocinariam o time, e esse foi apenas um dos vários escândalos que envolveram Brixtofte.

Esportivamente falando, em apenas 11 anos, o Farum atingiu a elite do futebol local, e logo em sua primeira temporada na 1ª Divisão, conseguiu uma vaga na Copa da UEFA 2003-04, onde acabou eliminado na 3ª eliminatória para o Olympiacos, com direito a uma sapatada de 5 x 0 em Atenas.

Depois desses eventos controversos, o clube quase vai a falência, pois não havia ninguém no comando, e não se sabia de onde sairia dinheiro para manter o clube. Nisso, o time é adquirido por uma companhia, que é comanda pelo empresário Allan Pedersen, em 2003, adotando o nome atual, que nada mais é que o nome da região em que está situado, a Zelândia do Norte. A mudança de nome teve basicamente duas motivações; Pedersen nunca escondeu que queria livrar o time da má imagem trazida pelo escândalo com Brixtofte, e a outra é uma suposição nossa. Farum é uma cidade com apenas 18,000 habitantes, o que a torna pequena até mesmo para os padrões dinamarqueses, e além disso, podemos cravar que quase metade dos habitantes são imigrantes. Pensando nisso, adotou-se um nome que atendesse toda a região, o que poderia trazer mais apoio da população das cidades vizinhas. Indo nesse sentido, a nova diretoria firmou parcerias com várias equipes da região (cerca de 50), que são das divisões de acesso do dinamarquês, ou amadoras mesmo, em que o clube tem preferência de compra para atletas tidos como promissores. Além disso, esses clubes são beneficiados com alguma ajuda, indo de uma quantia monetária, amistosos, uso da estrutura do Nordsjaelland para treinos, e empréstimo de atletas.

Porém, nem tudo são flores nesse processo. Pedersen é um empresário, logo, espera obter algum tipo de retorno, o que ficou evidenciado em um episódio, quando cogitou-se a mudança de cidade para o time, pois em Farum muitos ainda não esqueceram o episódio de 2002, e a equipe parecia não receber o apoio necessário. Ao que tudo indica, isso foi superado, pois o time apresenta uma média de aproximadamente 5,000 mil expectadores por jogo, o que não é muito, mas considerando os 18,000 habitantes e os 10,000 lugares disponíveis no Farum Park, não é de todo ruim, e há um dado que deve ser observado; o recorde de público da cancha foi atingido no último jogo da temporada passada, no dia 23/05 desse ano, contra o Horsens (que estranhamente recebeu 10,300 torcedores). Logo, podemos dizer que a cidade está otimista com o time, levando os planos de mudança para longe, pelo menos aparentemente.

Voltando um pouco no tempo, mais especificamente para o período antes da temporada 2011-12, o Nordsjaelland fazia campanhas estáveis na Superliga, em momento algum repetindo a campanha do 1º ano na elite, o que indicava que nãoo havia possibilidade de crescimento, mas os observadores mais cuidadosos enxergavam exatamente o contrário. Sob o comando do jovem Morten Wieghorst (no clube desde 2006), o clube conquistou duas Copas da Dinamarca de maneira seguida (2009-10 e 2010-11), garantindo vagas para competições europeias, fazendo um belo caixa, que serviu para estruturar o clube e contratar alguns reforços pontuais. Mesmo com esses crescimento, não enxergava-se a equipe brigando pelo maior título nacional. Nesse quadro, chegamos na temporada de 2011-12, a qual falaremos agora.

O comando técnico do time está nas mãos do jovem Kasper Hjulmand. No clube desde 2008, ocupando a função de auxiliar de Morten Wieghorst, só passou a comandar o time a partir de 2011, quando Wieghorst assumiu a seleção dinamarquesa sub-21. Quando coloca-se o comando do time com um treinador inexperiente, o otimismo não é dos mais altos, não que houvesse pessimismo, mas a expectativa era de que a equipe mantivesse a constante dos últimos anos. Entretanto, logo em sua temporada de estreia, Hjulmand foi campeão, comandando um time repleto de jovens, que tinha a movimentação no ataque, a segurança na defesa, e sobretudo, a versatilidade dos atletas, como principais marcas. A conquista surpreendeu a todos, pois o time apresentou uma melhora substancial se comparado à equipe 6º colocada do certame de 2011.
O destaque do time foi a defesa, que sofreu apenas 22 gols, a melhor de todo o campeonato, e que tem o goleiro Hansen, no clube desde 2003, com um breve empréstimo em 2005 (para um dos times que fazem parte da rede), como nome mais emblemático.  O ataque, com 49 gols marcados, não foi o melhor da competição, pra ser mais exato, foi o 5º mais eficiente em um campeonato com 12 equipes. Na armação, todos os jogadores atuaram mais de uma vez em cada um dos setores do campo (exceto na volância, que tem vaga cativa), ocupados por um 4-5-1, assim como o homem de referência no ataque. O time procura ir ao ataque de maneira consciente, prezando pela posse de bola. Para se ter ideia, em apenas 2 partidas o clube teve uma média de posse de bola inferior ao adversário; na derrota fora para o Midtjyland (2 x 1, 49%) e na goleada de 4 x 0 sobre o Lyngby, em Farum (47%), coincidentemente, 2 jogos seguidos. A equipe polariza o jogo no meio de campo, tanto que os artilheiros do time foram meias, Christensen (que atuou em todas as partidas da Superliga) e Meckmann (que ficou de fora em apenas 2 ocasiões), ambos com 8 gols.

O jogador que atuou mais vezes na meia cancha foi o veterano volante de contenção Stokholm. Capitão do time, ele é a principal liderança do time, e mesmo com 36 anos, ficou de fora de apenas 3 partidas dentre as 33 do campeonato nacional. Tamanha é a confiança no capitão é que ele é o cobrador oficial do time.
Grande parte dos jogadores estão no time há muito tempo, como lateral-direito (que eventualmente atua pela esquerda) Kindeltoft, no clube desde 2007, o zagueiro norte-americano Parkhurst, chegado em 2008, e os avançados (termo mais preciso para atletas que atuaram tanto no meio como no ataque) Andreas Laudrup, filho do lendário Michael Laudrup, e o atacante sueco Lawan, atuam no time desde 2009. Outro ponto é que há relativa segurança administrativa da equipe, o que explica a ida do holandês Mtiliga, que antes estava em um instável Málaga.

“Estabilidade relativa” por quê o clube está envolvido em mais uma polêmica. Para ser mais exato, toda a polêmica está (de novo) em seus diretores. A companhia que detinha a propriedade da equipe passava por uma difícil situação financeira, e o seu dono, Allan Pedersen, vendeu a equipe...para ele mesmo. Até aí, a legislação financeira dinamarquesa (que diga-se de passagem, é bem flexível) tolera, mas o problema foi o valor; a negociação foi fechada por cerca de 500 mil krones (por nossas contas, a cotação krone - euro é de aproximadamente 7, 50 krones para 1 euro), mas a justiça dinamarquesa cotou o valor do clube em 35 milhões de Krones. A pendenga está sendo investigada, e a justiça do país colocou um prazo de 4 anos pra decidir algo.

Assim sendo, o futuro da equipe não é dos mais definidos, mas ao que parece, a cidade de Farum parece ter abraçado o time, e lutará pelo futuro dele. Agora que o time está na fase de grupos da Champions League, é que a alegria é geral, e todos estão ansiosos para que o Farum Park possa ser aceito para mandar esses jogos. O mínimo que a UEFA exige para que se sediem jogos de suas competições máximas é 8,000, além de outras exigências, que vão de lugares VIP à locais para análise de doping, mas o mais provável é que os jogos serão mandados na capital, que não é tão longe assim.

Provavelmente, o Nordsjaelland não fará frente à nenhum rival do Grupo E, que contará com Shaktar Donetsk, Juventus e o atual campeão Chelsea, mas o provavelmente não entra em campo, e por quê não, a equipe possa repetir o APOEL da temporada passada? Afinal de contas, a Liga dos Campeões anda meio previsível, e um pouco de alternatividade sempre é bom.